quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Abolição: Uma Conquista Protestante - parte 6













Capítulo 6


Estamos comentando a escravidão e, consequentemente, a sua abolição, em um contexto internacional. No entanto, reservamos os ultimos capítulos desta série, para refletirmos sobre a parcela brasileira nessa história. No Brasil, a escravidão começou no ano de 1526 e terminou legalmente, em 1888. Foram 362 anos de uma história negra.

Em parte seria compreensível que os literatos, cronistas e historiadores omitissem pequenos episódios dessa história. Digamos, por esquecimento. Até por quê são quase quatro séculos. Para a maioria deles, não interessa resaltar que os protestantes, movidos pelo amor de Deus, o qual anunciavam, foi quem iniciaram esta luta, levando-a até ao fim. Todos arriscando as suas próprias vidas! Tais historiadores, encurtam a trajetória dos fatos, para digamos, não serem taxados de proselitistas. Atribuem a luta abolicionista, aos Iluministas e filósofos; porque o Iluminismo coincidiu no tempo, com a missão anti-escravista de John Newton e William Wilberforce.

O problema vai além da omissão. Isto é usurpação. É atribuir a outrem a honra alheia. Para os milhões de infelizes escravos espalhados pelo mundo, o século das luzes (como foi chamado o século XVIII por esses historiadores), foi o período mais negro de suas vidas. Os cronistas até hoje baseiam-se em pequenas frases de fisiocratas, filósofos europeus tais como Adam Smith, Montesquieu e Rousseau, fazendo pequenas inserções contra a escravidão. No entanto nunca houve por parte destes, uma luta mais efetiva.

Um outro francês, o cientista Condorcet, declarou: "Poucos filósofos atreveram-se a soltar um grito contra a escravidão." O próprio Condorcet esqueceu de acrescentar que esses poucos gritos foram tão baixos, e sem repercussão. E que muitos destes discursos baixinhos, eram seguidos de comentários como, "A escravidão é um erro, mas, nada podemos fazer." Ou, "O ideal é que não houvesse, mas, a economia precisa".

Nenhum desses homens bons de papo, abastecidos de velhos vinhos, cientistas da imaginação, procurou refletir mais profundamente sobre o sofrimento daqueles seres humanos. Os quais, na roça, eram máquinas agrículas, na senzala, "machos e fêmeas", eram máquinas sexuais na fabricação de mais negrinhos, aspecto que cresceu muito, entre a proibição do tráfico e a abolição (1850-1888). Quanto mais "bacuris", mais escravos com menos riscos, mais mão-de-obra barata e mais lucros. Na intimidade da casa grande, as negrinhas adolescentes , eram obrigadas a iniciar os pálidos sinhôzinhos sexualmente.

Na estrutura da sociedade escravista, não se admitia maricas ou donzelões. Os patrões abusavam das escravas adultas, a seu bel prazer (As patroas eram somente para gerar os herdeiros), ignorando se as mesmas mantinham alguma relação afetiva com um companheiro. Quando as sinhás percebiam, quebravam os dentes das coitadas com o salto do sapato. Desses conluios saíam mulatos e mulatas formosos por causa da miscigenação. Os quais eram negociados mais caro. Muitos deles eram atraidos pelas sinhazinhas, quando revoltadas com o desprezo do marido ou pela carência.

Os livros de história não contam esses detalhes. Os protestantes na luta contra a escravatura e suas atrocidades, não ficaram somente em palavras ou discursos atenuados pela covardia. Desde o inicio do século XVIII, como já vimos, tiveram uma reação mais concreta. Em 1768 os irmãos quacres ( Londres), enviaram uma solicitação abolicionista ao parlamento inglês. Que foi rejeitada. Daí John Wesley marcou serrado com seus discursos. Em 1774, Wilberfoce aceitou a Jesus, e reforçou o time dos "santinhos." Esse ultimo foi criador também da British and Foreign Bible Society (Sociedade Biblica), em 1804, e da Church Missionary Society, em 1799.

Segundo Robin Furneaux, escritor francês (1936-1985), a mensagem de Wilberforce era de que não bastava professar o cristianismo, levar uma vida decente, e ir à igreja aos domingos, já que o cristianismo atravessa cada aspecto, cada canto da vida cristã. A sua abordagem do cristianismo era essencialmente "prática". Wilberforce foi o instrumento de Deus para abrir as portas da India para a evangelização. Quando o missionário William Carey, precisou de ajuda missionária, por iniciativa de Wilberfore foi aprovado no parlamento inglês, um projeto desse político e servo de Deus, que abria todos os territórios do império britânico aos missionários. O documento é conhecido com o nome de "A ata da India", pelos cristãos evangélicos.

O famoso primeiro-ministro britânico do século XX, Wiston Churchill declarou: Não há na historia muitas pessoas que tenham contribuido tanto para o bem da sociedade, como William Wilberforce. Churchill referia-se sempre a ele, como "A consciência da nação".

No capítulo final, você saberá como e porque a princesa Isabel assinou a lei da abolição no Brasil.

Até lá.

Um comentário:

  1. Paz...
    Estou te premiando com o selo "Olha que blog manero". Parabéns!
    Caso aceite, visite meu blog,veja as regras e copie se SELO.

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